PROVÉRBIOS II
Os dias se vão como um vento; com o vento. Uivam feito lobos.
A temperatura cai no inverno; o sol se levanta desafiando o frio. Ventos sopram. Os intermináveis ir e vir dos dias esquecem no passado os bons momentos. Inútil é a pressa.
Fútil quem ignora, e quem despreza o envelhecer. Não existirá um dia sem memória, sem história. O momento é mais belo quando o nascer não tem pressa. O envelhecer tem a honra na memória.
Entender o tempo na história é aprender com os momentos que não voltam. Entender a história do tempo é aprender o que faz o coração bater, se aquecer no frio e não esquecer de se reaquecer. Necessário é o conhecimento. Entender desencontros, sim. Coisas do tempo. Alimentar o desgosto, não. Não há honra se perder nesse sentimento.
A história bem escrita na obviedade das grandes proezas faz o louvor. Isso é bom. Embora os melhores feitos podem ser imperceptíveis, são igualmente nobres. Pequenas histórias discretas. Algumas secretas. Isso também é bom. Talvez, isso seja melhor. Pobres são os que se prendem nas glórias. Se perdem no orgulho das memórias. Tudo o vento leva junto com o tempo.
Qual vento apaga dos fortes suas proezas? Nem as dos fracos.
O tempo faz justiça: não apaga pegadas, do amanhecer ao anoitecer. Façam - o forte e o fraco - boas pegadas ao caminhar! Façam nesse dia. Hoje é o dia. O amanhã tem de sobra incertezas. Quando os dias faltarem, somente as pegadas contarão a história. Mesmo se o vento soprar, se distanciar com o tempo, as pegadas desaparecem após o despedir num breve abraço.
A brisa acaricia o nobre ao envelhecer. Refrescar, nem sempre.
Não tente resistir ao tempo. Isso é segurar o sopro do vento.
O calor e o frio são as marcas nas histórias dos dias. Essas são as pegadas dos momentos. Deixe os ventos nelas soprarem.
Eu vou com o vento; voo como um vento.